Dissertação de mestrado defendida recentemente, através do Programa de Pós-Graduação Integrado em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), mostrou que é elevado o percentual de grávidas que acessam a rede pública de saúde na Região Metropolitana do Recife (RMR) e desconhecem os resultados do exame para a detecção de HIV durante pré-natal.
O trabalho, da enfermeira Juliana da Silva Nogueira Carvalho e intituladoFatores associados ao desconhecimento do status sorológico para o HIV em gestantes, foi orientado pelo professor Sérgio Souza da Cunha.
O estudo objetivou saber se as mulheres grávidas chegam ao momento do parto sabendo do resultado do exame sorológico para HIV, que deveria ser feito ainda durante a gravidez. Para o desfecho, a enfermeira fez entrevistas com 528 mulheres grávidas, entre 13 e 44 anos em três maternidades públicas da RMR, de junho a setembro de 2010.
Percebeu-se que quase 40% das futuras mães não sabem o resultado do teste sorológico para HIV, que deve ser realizado no primeiro e no terceiro trimestre da gestação, segundo o Ministério da Saúde.
A pesquisadora ainda analisou o perfil das gestantes estudadas. Das entrevistadas que desconheciam o resultado da sorologia para o HIV, 96% viviam em situação “não unida” (não conviviam maritalmente), 96% estavam usando método contraceptivo hormonal (pílula) e 95% iniciaram o pré-natal apenas no segundo ou no terceiro trimestre de gravidez.
Para Juliana, os dados podem significar que, de acordo com esse perfil, a gravidez para essas mulheres não era planejada e, por isso, as mulheres retardavam o início da assistência médica.
RESPONSABILIDADE DOS SERVIÇOS
Além disso, a enfermeira percebeu que os serviços de saúde também têm sua parcela de responsabilidade nos achados da pesquisa. Notou-se que, quando o pré-natal é iniciado, parte das gestantes se submeteu ao teste para detecção de HIV, mas ele não foi registrado no cartão de pré-natal (30,7%).
Em outros casos, o estudo revelou que as mulheres grávidas até tiveram oportunidade de fazer o exame, mas não receberam o resultado (8,9%). Ainda houve aquelas que não fizeram o teste (9,1%). “São oportunidades perdidas de realizar a profilaxia da transmissão maternoinfantil do HIV”, observa Juliana.
Nesse contexto, vale informar que, se a testagem para o HIV for feita precocemente e o resultado for positivo, é possível iniciar a profilaxia da transmissão maternoinfantil e reduzir o risco de transmissão a menos de 1%.
Sem essa terapêutica, o risco de transmissão é aproximadamente 25,5%, podendo ser mais elevado a depender da situação imunológica da mãe e da exposição da criança às secreções e ao leite materno da mãe infectada.
Fonte: Blog Casa Saudável
Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)