Agricultores e comerciantes se preocupam com preço e qualidade da fruta.
Bananas custavam R$ 15 reais. Agora, chegam a mais de R$ 20.
Como um dos efeitos da estiagem prolongada no Nordeste, a banana teve um aumento de 6,69% de acordo com última a pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) sobre o custo da cesta básica. Antes, cem bananas Pacovan, a mais comercializada no mercado, eram vendidas por aproximadamente R$ 15. O preço agora chega a mais de R$ 20, o que preocupa os comerciantes e agricultores, até mesmo aqueles que podem investir em sistemas modernos de irrigação.
Em Petrolina, no Sertão pernambucano, a chuva faz muita falta. Em algumas plantações, a produção caiu em 70%, explicando a alta dos preços nas feiras e supermercados. “Quem comprava cem bananas agora está comprando cinquenta, quarenta. Diminuiu metade”, afirma o comerciante Pedro João de Moura, que veio de Picos, no Piauí para comprar a fruta em Pernambuco.
Além do preço, a qualidade da banana também não é a mesma. Nem as plantações mais irrigadas conseguem suprir a necessidade do produto, como é o caso da propriedade de Carlos Nunes. “A gente tem um sistema de irrigação que não está dando conta das plantas. Fica precisando de água e ela não consegue se desenvolver bem, mesmo com adubo”, afirma o agricultor.
Variar o tipo de banana pode ser uma alternativa à alta dos preços, mas muita gente não tem condições; quem tem, também sofre. Francisco Coelho acrescentou a banana Prata Rio, mais resistente, à sua produção, e colocou microaspersores para melhorar a irrigação. Mesmo assim, a fruta não se desenvolve tanto como deveria. “Nós molhamos três vezes por semana e, mesmo assim, a banana não agradece o suficiente. Se tivesse chovido, o fruto ia crescer mais, engrossar mais e dar um peso melhor”, afirma Francisco. A produção anual do seu terreno caiu de 75 toneladas de banana por ano para 55 toneladas. “Melhor seria se tivesse chuva para todo homem produzir. Todo mundo ia ter fruto todo mês para poder pagar as contas”, sonha o agricultor.