Lagoa Grande - PE

Lagoa Grande - PE

 

Desmembrado do município de Santa Maria da Boa Vista
Data de criação: 16/06/1995
Lei estadual nº:
Data Cívica (aniversário da cidade): 16/06

 

Lagoa Grande é um município brasileiro do estado de Pernambuco. Suas atividades econômicas principais são: cultivo de uvas, produção de vinhos e o comércio.

História

O seu nome surgiu a partir de uma lagoa de água doce da qual todos os habitantes dessa localidade se abasteciam. Daí surgiu o nome de Lagoa Grande.

Lagoa Grande, emancipou-se no dia 16 de junho de 1995 do município de Santa Maria da Boa Vista. Teve como primeiro prefeito Jorge Roberto Garziera.

Por se desenvolver com um grande potencial econômico, se destaca pela irrigação do Rio São Francisco e tem como atividade principal a fruticultura(especialmente uvas), sendo a principal fonte de renda;além da vinicultura.Suas uvas e vinhos são exportados para vários países, onde já ganharam vários prêmios.

Localizada no sertão nordestino, se destaca pelo seu crescimento em tão pouco tempo, terra em que o sol brilha forte e o céu está sempre azul, sertaneja é a sua gente, gente simples e humilde que tem fé e trabalha por Lagoa Grande.

Com uma grande produção de uvas e vinhos, houve a ideia de divulgá-la para que o restante do Brasil e até mesmo outros países passassem a conhece-la melhor. Assim surgiu a Vinhuva Fest,que ocorre na cidade a cada dois anos. Com edições em 1999, 2001, 2003, 2005, 2007 e em 2009 esteve em sua 6ª edição. É através dessa festa que os interessados em uvas e vinhos têm a chance de conhecer mais de perto os produtos desse município, além de firmar negócios e parcerias, promovendo maiores ganhos para a economia do município.

 

Geografia

Localiza-se a uma latitude 08º59'49" sul e a uma longitude 40º16'19" oeste, estando a uma altitude de 345 metros. Sua população estimada em 2007 era de 22.121 habitantes.

Possui uma área de 1.852 km².

 

 

O novo roteiro do vinho

 

 

 

 

O Vale do Médio São Francisco - e nesse caso estamos falando apenas da faixa do rio que abrange os municípios de Casa Nova e Juazeiro, na Bahia, e Petrolina, Lagoa Grande e Santa Maria da Boa Vista, em Pernambuco - deve ser visto, como potencialidade turística e econômica, antes e depois dos projetos de irrigação que permitiram o desenvolvimento da fruticultura, aí incluindo a viticultura, ou seja, o cultivo da uva. Hoje, as cidades do Vale, impulsionadas pelos projetos de agronegócios, passam por uma euforia de desenvolvimento e crescimento pouco comum em cidades do sertão nordestino. A economia de Petrolina, por exemplo, tem crescido bem mais do que a média brasileira. Além dela, Lagoa Grande e Santa Maria da Boa Vista, no lado de Pernambuco, e Juazeiro e Casa Nova, na Bahia, são alguns dos exemplos de prosperidade.
No que se refere à vitivinicultura (cultivo da uva e produção de vinho), essas cidades vêm atraindo investimentos não apenas nacionais, como a Miolo, mas também internacionais, como é o caso da Dão Sul, empresa portuguesa que se associou a duas empresas brasileiras para produzir vinhos de alta qualidade em Lagoa Grande, “a capital nordestina da uva e do vinho”, como diz a grande placa na entrada da cidade.

Chico Junior

Imagem da entrada de Lagoa Grande

Os vinhos do São Francisco

Atualmente cinco vinícolas produzem vinhos com as uvas irrigadas pelo Rio São Francisco. A pioneira, que começou a produzir no início da década de 80, é a Vinícola Vale do São Francisco, no município pernambucano de Santa Maria da Boa Vista, que fabrica os vinhos Botticelli. Em Lagoa Grande, também em Pernambuco, está a Vini Brasil, da Vitivinícola Santa Maria, que, embora seja a mais jovem produtora da região, vem se destacando no cenário nacional. A empresa é o resultado da fusão entre o grupo pernambucano Raimundo da Fonte (que já produzia o vinho Adega do Vale), com a Expand (maior importadora de vinhos do país) e a portuguesa Dão Sul, um dos mais conceituados produtores de vinho da Europa. Graças ao know-how e a tecnologia trazida pelos portugueses, principalmente no cultivo dos diversos tipos de uva, a Vini Brasil conseguiu a façanha, em 2005, de ver o seu primeiro lançamento - o Rio Sol tinto, safra 2003, mistura das uvas cabernet sauvignon com sirah – eleito o melhor vinho brasileiro no II Concurso Internacional de Vinhos do Brasil, em Bento Gonçalves. Desde então os prêmios não pararam de chegar, como os do Internacional Wine Challenge 2008, que deu ao Rio Sol Reserva 2005 a chancela de “recomendado”, além da medalha de bronze ao Rio Sol Cabernet Sauvignon Sirah 2006.

Divulgação
Imagem de um homem com muitos barris de vinho.
Envelhecimento dos vinhos da Vini Brasil

Ainda em Lagoa Grande estão a Vinícola Lagoa Grande, que produz na Fazenda Garibaldina os vinhos Garziera e Carrancas do São Francisco, além de plantar uvas de mesa; e a menor de todas, a Adega Bianchetti Tedesco, do casal de enólogos gaúchos Ineldo Tedesco e Izanete Bianchetti, que contou com a assessoria do Sebrae-PE / Unidade Petrolina, para a implantação do projeto.

Miolo

Foto: Chico JuniorImagem de garrafas de vinho em uma mesa e ao fundo uma plantação de uva.
A linha Terranova, da Miolo

Por fim, no município de Casa Nova, na Bahia, bem próximo da barragem de Sobradinho, na Fazenda Ouro Verde, está instalado um dos gigantes da vinicultura brasileira, a Miolo, que acaba de ampliar suas instalações baianas. O novo complexo, reinaugurado no início de outubro, integra um investimento de R$ 30 milhões iniciado em 2001, que prevê o aumento da capacidade da vinícola para 10 milhões de litros/ano – entre vinhos, espumantes e brandies – até 2012, gerando 300 empregos. “Decidimos expandir nossa produção para atender à crescente demanda pelos vinhos da linha Terranova, que desde que chegou ao mercado vem conquistando um público fiel progressivamente, e do brandy Osborne, classificado entre os líderes de seu segmento de atuação”, comemora o diretor-superintendente da Miolo, Adriano Miolo.
Os visitantes podem contar com visitas guiadas à vinícola, em Casa Nova, através das quais podem conhecer o processo de produção e envelhecimento dos vinhos, fazer cursos na sala de degustação e adquirir produtos no varejo.

Paralelo 8, resultados surpreendentes

Os anseios iniciais dos portugueses da Dão, em colocar a região do Vale do São Francisco no mapa do mundo dos vinhos já podem se considerar concretizados. A Vini Brasil, maior exportador de vinhos do país, é responsável pela fabricação de 1,2 milhão de litros da bebida, dos quais, cerca de 22% vão para países como Uruguai, Inglaterra, Alemanha, França, Noruega e Itália. Ela é conhecida pela criação do projeto “Nova Latitude”. O agrônomo português João Santos explica que a expressão “nova latitude” é por causa do cultivo de uva vinífera e produção de vinhos em escala comercial no Paralelo 8, que passa pela região do Vale do São Francisco. Até poucos anos atrás só se produziam vinhos, em escala comercial mundial, em torno dos paralelos 40 Norte e 40 Sul e, nesses casos, entram a Europa e a Califórnia (hemisfério norte) e, no lado de cá, Brasil (Rio Grande do Sul), Chile, Argentina, Austrália e África do Sul. O Brasil é o país pioneiro na produção de vinhos e uvas viníferas no Paralelo 8. “Nós acreditamos que o futuro da produção de vinhos, principalmente os tintos, é o Paralelo 8”.

Chico Junior
Imagem de um homem segurando um cacho de uva.
O agrônomo João Santos: o futuro é o Paralelo 8

A área escolhida do São Francisco para entrar no mundo dos vinhos é uma região semi-árida, de boa fertilidade, mas que necessita de irrigação, devido ao baixo índice pluviométrico. A média anual de temperatura gira em torno de 28 graus Celsius. São, em média, 300 dias de sol por ano. Tudo isso proporciona, no final, altos índices de teor de açúcar na uva. Além disso, consegue-se até 2,5 safras por ano, um ciclo contínuo de produção de uva. 

Chico Junior
Imagem de duas garrafas do Rio Sol.
Rio Sol, o vinho premiado da Vini Brasil

Na Vini Brasil, com visitas previamente marcadas, o turista pode ver os vários tipos de uvas cultivadas, “dentre as melhores do mundo”, informa João Santos, como a cabernet sauvignon, shyraz, alicante bouchet e merlot, ver todo o sistema de produção e ainda fazer degustações. Segundo André Arruda, diretor financeiro da empresa, devido ao aumento do interesse dos visitantes em relação à produção de vinho, a Vini aposta na construção de uma pousada na propriedade – “O projeto já existe há algum tempo, mas agora estamos negociando uma parceria com o Banco do Nordeste e confiantes na concretização da iniciativa” – aposta André, que observa: “Precisamos de empenho de diversas esferas para o crescimento real no turismo desta região. Melhor estrutura hoteleira, além de aumento na capacidade dos transportes, já que o aeroporto de Petrolina, hoje, só recebe quatro vôos por dia”.

Enoturismo

Segundo o site da Embrapa, a zona do Vale do São Francisco responde pela produção de 5 milhões de litros de vinho anualmente. Merecia, portanto, um roteiro turístico, mesmo porque está integrada à região sertaneja no Velho Chico, com belas paisagens, passeios interessantes e rica gastronomia. Assim, uma parceria entre a Assitur (Associação Integrada de Turismo da Ride – Rede Integrada de Desenvolvimento) e o Sebrae-PE/Unidade Petrolina, criou o Roteiro Turístico Técnico Científico e Enoturismo, que começa em Petrolina, passa por Lagoa Grande, distrito de Vermelhos, e vai até Santa Maria da Boa Vista. Os diversos roteiros são feitos pela Opção Turismo, de Petrolina.
Segundo o simpático Lula, presidente da Assitur, o roteiro mais procurado atualmente é da Fazenda Ouro Verde, sede da Miolo. Lula diz que os valores dos passes para entrada nas vinícolas custam, em média, R$ 10, com direito à visitação de parreiras, processo de produção, degustação e até mesa de frios, como é o caso da Lagoa Grande, produtora de uvas de mesa, com e sem semente, e dos vinhos Garziera e Carrancas do São Francisco. Ali o turista é recebido por um enólogo e assiste a um vídeo sobre a produção de vinhos no Brasil e no Vale do São Francisco, e a história de Jorge Garziera, que saiu do Rio Grande do Sul para produzir vinho em Pernambuco. Os passeios com direito a transporte saem por volta de R$ 60,00 por pessoa (para grupos com mais de 5 componentes).

Endereços e telefones:
Assitur
Av. 31 de Março s/n – Centro de Convenções – Petrolina. Tel: (74) 3611-3648
Opção Turismo
Av. Joaquim Nabuco 505 – entro,Petrolina. Tel: (87) 3862-1616.
Vinícolas
Adega Bianchetti Tedesco > Estrada dos Vermelhos – Lagoa Grande. Tel: (87) 3991-2019
Lagoa Grande > Estrada dos Vermelhos, Fazenda Garibaldina – Distrito de Vermelhos, Lagoa Grande. Tel: 3869-9212.
Miolo > Fazenda Ouro Verde, BR-235, Km 40 – Casa Nova. (74) 3536-1132 / 3527-4243. www.miolo.com.br
Vini Brasil > Fazenda Planaltino – Lagoa Grande. Tel: (87) 3860-1587. www.vinibrasil.com.br
Vale do São Francisco > Fazenda Milano - Santa Maria da Boa Vista. Tel: (81) 3860-1534 e 3552-12. www.botticelli.com.br