caatinga é conhecida como o bioma que conta com diversidade de espécies na sua fauna e flora. As gerações humanas, no entanto, não tem se preocupado com a preservação da mesma, muitas vezes contribuindo exageradamente com sua destruição. Porém, muitas famílias, sobretudo no campo, dependem da caatinga para manter o sustento da família ou complementar a renda.
Produtores cooperados da COOPERCUC - Cooperativa de Agricultores Familiares de Canudos, Uauá e Curaçá, por exemplo, tem no processamento de frutas específicas da caatinga uma importante fonte de renda. A experiência da COOPERCUC, hoje está voltada para o processamento do leite e de frutas como manga, goiaba, banana, maracujá amarelo e maracujá da caatinga, mas o umbuzeiro ainda é a principal árvore que fornece a matéria-prima para a produção.
Todos os produtos utilizados na fabricação dos doces, geléias, iogurtes, compotas são de origem orgânica, assim como o açúcar. Outros materiais como as embalagens também são oriundos de empreendimentos da Agricultura Familiar. No cuidado com a caatinga, a colheita do umbu, por exemplo, é feita seguindo normas que garantem o cuidado com a árvore e com a saúde dos/as produtores/as. Para isso, as pessoas usam roupas e calçados adequados e colhem os frutos com a mão, sem sacudir os galhos.
Para produzir de umbuzeiro raiz ou batata da planta mudas são plantadas especificamente para isto, sem precisar extrair a raíz das árvores já existentes, o que mataria o umbuzeiro. Outro cuidado importante é com a lenha usada nas caldeiras das mini-fábricas, a qual deve, obrigatoriamente, ser de árvores mortas ou da algaroba que é uma planta exótica e de fácil proliferação. Nas comunidades onde a algaroba ainda não existe em grande quantidade, a cooperativa tem comprado de outros povoados para suprir a demanda de lenha necessária e assim contribuir também com a geração de renda para outras famílias da região.
As famílias cooperadas melhoraram as condições financeiras e hoje sabem da importância de preservar a caatinga, tendo em mente que o semiárido é viável, desde que saiba conviver com o mesmo. Esta discussão, bem como a experiência da COOPERCUC, vem sendo estimulada nas comunidades onde o Projeto Recaatingamento atua.
Fonte: Ascom/Irpaa